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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Voto Obrigatório x Voto Facultativo

Estamos em ano eleitoral, então, vou aproveitar para postar um assunto que requer uma certa reflexão por parte de todos que é a obrigatoriedade ou não do voto por parte do eleitor.



Existe um filósofo francês que defende o voto obrigatório, segundo Francis Wollf, a participação dos cidadãos no dia a dia da política é tão importante para a democracia que justifica até mesmo o voto obrigatório.

Wolff acredita que quando a população se distancia da política, de cara abre espaço para a ação de políticos pouco interessados no bem-estar da comunidade. Num horizonte mais longo, essa ausência de interesse acaba por levar ao autoritarismo, quando não à instalação de regimes ditatoriais.

Trazendo para a realidade brasileira, onde o voto é obrigatório, ainda existem pessoas que elegem seus representantes em troca de qualquer agrado, por ser bonito(a), entregando o seu poder de decisão elegendo os "políticos profissionais". Sem cobranças, esse grupo fica livre para aprovar ou impor medidas distanciadas das verdadeiras necessidades e desejos dos cidadão.

Sou a favor do voto facultativo, até admito que, em algumas áreas de extrema pobreza, continue a ocorrer o chamado “voto de cabresto”, em que o chefe político da região tem um certo controle sobre o eleitorado, conduzindo-o às urnas, mas, por outro lado, deve reduzir-se a níveis ínfimos a quantidade de votos nulos ou brancos, deixando transparecer que nós eleitores estamos motivados pelas propostas apresentadas pelos partidos ou candidatos. Reforço ainda que, o eleitor que comparece às urnas contra a vontade, apenas para fugir às sanções previstas pela lei, não está praticando um ato de consciência, nesse caso, ele tenderá muitas vezes a votar no primeiro nome que lhe sugerirem, votando em um candidato que não conhece (fato que estimula a boca de urna, promovida pela mobilização de integrantes de partidos que através do poder econômico aliciam os votos que o dinheiro propicia), ou a votar em branco, ou, ainda, a anular o seu voto.

Se a consciência política de um povo ainda não está evoluída suficientemente em razão do subdesenvolvimento econômico e de seus mútuos reflexos nos níveis educacionais, não é tornando o voto obrigatório que se obterá a transformação da sociedade. Se assim fosse, o Brasil que adota a obrigatoriedade do voto há muitas décadas, estaria com seus problemas sociais resolvidos.

Concluo com duas perguntas:

1 - Se nunca tivéssemos tido a obrigatoriedade do voto, teríamos hoje um processo político-eleitoral muito mais amadurecido e consolidado, como aconteceu com os povos politicamente desenvolvidos?

2 - Podemos afirmar que Brasil adota um regime autoritário por preferir pelo voto obrigatório, porque, assim, ele tem o controle sobre a sociedade?




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