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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma mão lava a outra

A Unimed, cooperativa de médicos que opera planos de saúde e que patrocina encontros com magistrados para discutir o aumento das ações judiciais na área de saúde. Em agosto, cerca de cem juízes foram, num final de semana, a um congresso no hotel Casa Grande, no Guarujá. As despesas dos magistrados e dos acompanhantes foram pagas por operadoras de planos.

As operadoras de planos de saúde revelam a preocupação do setor privado com o aumento de processos e o risco para a saúde financeira do sistema.

A Unimed fez a "Cartilha de Apoio Médico e Científico ao Judiciário". No livreto, Caio da Silva Monteiro, diretor da empresa, diz que a intenção "é proteger o Sistema Unimed das liminares que determinam atendimentos sem a contrapartida financeira" e que "existe tendência natural do Judiciário na intenção de proteger o consumidor em detrimento da operadora".

Em 2010, o Conselho Nacional de Justiça recomendou encontros e convênios para que os juízes recebam apoio técnico ao julgar demandas urgentes relativas à saúde.

O congresso no Guarujá foi promovido pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), fundado por operadoras de planos. Teve apoio do Tribunal de Justiça de São Paulo. O ministro Marco Aurélio de Mello (STF) foi palestrante. "A não ser o pernoite, nada mais é custeado pelos organizadores", disse.

O desembargador Ivan Sartori dirigiu um dos painéis. Sua assessoria informou que ele não ficou no hotel.

Alguns juízes que participaram de encontros promovidos pela Escola Paulista da Magistratura em fóruns no interior de São Paulo não sabiam que a Unimed era patrocinadora. Eles entendem como "doutrinação" a tentativa de padronizar decisões na primeira instância.

O CNJ diz que o Judiciário acumula 241 mil processos na área (dados de 2011).

Do Blog:

Por uma questão de coerência ambos deveriam ser punidos. Juízes e Unimed que é claro, não está sozinha nisso. Deve ter observadores (é assim que eles se identificam) de todos os planos de saúde inclusive de estatais.

A coerência aqui, define-se da seguinte forma: Se um representante público foi punido por aceitar uma "carona" num jatinho particular de lobista, o mesmos se aplica a um outro representante público que aceita uma estadia em qualquer lugar e a qualquer título oferecida por qualquer instituição que esteja queira interferir diretamente nas decisões do poder público em favor dos direitos privados.

É uma VERGONHA que uma classe com a responsabilidade dos Magistrados 'se deixe levar' por um mecanismo tão vil.

Como são todos letrados bastaria uma publicação do grupo em questão, que informasse devidamente aos juízes o ponto de vista deles.

Causa-me espanto que os juízes aceitem a condição de DESPREPARADOS e que não só precisem de alguma informação escrita mas também ir até um hotel para que então algum palestrante 'DESENHE' para eles o que eles tem de fazer.

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