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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Fair Play Financeiro

Todos sabem que os clubes do futebol brasileiro tem dívidas astronômicas, a cada ano paga mais juros bancários e não paga seus salários em dia. Se jogassem na Europa, a grande maioria seria proibida de jogar competições internacionais e ainda seria multada pelas regras do Fair Play Financeiro.

Fair Play Financeiro é um conjunto de medidas criadas pela UEFA e a associação dos clubes europeus, em 2009, para manter os custos do futebol em um patamar sustentável. Naquele ano, o futebol europeu percebeu o perigo iminente que bilionários russos e árabes investindo no futebol do velho continente, dando potencial de compra quase infinito a alguns clubes.

No Brasil, o Governo Federal é o maior credor do futebol brasileiro, e os clubes atuam alheios ao gerenciamento financeiro, pois, sabem que o governo federal alivia a pressão, em consequência de muitos políticos ter ligações com algum time e isso favorece o abono feito pelo governo. Temos outro condicionante para a proliferação dos calotes feitos pelas equipes, a própria CBF, que sempre está envolvida com notícias de apadrinhamento com algum político e assim, todos sabem que ela não está interessada em fazer isso.

Se o governo tivesse o interesse e executasse as dívidas, todos os clubes teriam de fechar. Ninguém faria isso, porque as implicações políticas seriam enormes.

O governo criou a Timemania, a loteria dos clubes criada para pagar as dívidas fiscais do futebol. O modelo, porém, ficou abaixo da arrecadação esperada. Além disso, não exigiu contrapartidas suficientes para os clubes, que mantiveram modelos de gestão deficitários.

Na verdade, os dirigentes não podem mais administrar os clubes como um hobby, um segundo trabalho ou somente uma paixão. Tudo caminha para que esses dirigentes assumam responsabilidades cada vez maiores. A paixão obviamente tem que continuar, mas acho que já passou da hora dos clubes implantarem uma gestão mais profissional, e o poder público tem um papel muito importante nesse processo, contribuindo com flexibilidade e legislações mais duras.

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